sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Ministério da Defesa enviará ao Rio 800 homens do Exército para conter ataques



O Ministério da Defesa informou que, a pedido do governo do Rio de Janeiro, serão enviados ao estado 800 militares do Exército para auxiliar a polícia no combate à violência. 

Também serão enviados dois helicópteros da Força Aérea e 10 blindados de transporte. 

Serão fornecidos temporariamente equipamentos de comunicação entre aeronaves e tropas em solo, bem como óculos para visão noturna. 

Trezentos agentes da Polícia Federal também apoiarão as operações. 

Desde domingo passado, 38 pessoas já morreram no confronto entre traficantes e a policiais do Rio. 

Segundo a PM, 37 veículos foram incendiados só ontem em diversos pontos da capital. No total, 80 veículos já foram queimados desde domingo. 

Na madrugada desta sexta-feira foram registrados 4 ataques em diferentes pontos do estado. 

Segundo a polícia, 4 veículos foram incendiados na Região Metropolitana do Rio, na Zona Sul e na Avenida Brasil.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O malfadado retôrno de Paulo Skaf na defesa dos 5% sobre os quais incididirá a nova CPMF e, inimigo dos 95% da população beneficiária com a sua adoção

Estadão, Paulo Skaf, o DEM e o empresariado são contra a CPMF, não pelo imposto em si, mas por causa do seu poder fiscalizador.

Estadão, ventríloquo de Paulo Scaff e, lídimo representante dos empresários, além do DEM (disseminador do ADN da UDN) e, de parlamentares cuja campanha foi financiada por empresas, não querem a volta da CPMF, não pelo mero aumento do imposto (irrisório), mas por causa de que facilita a  detecção dos sonegadores, além de dificultar o uso do Caixa 2.

Ao contrário de Paulo Skaf, o inimigo número 1 da CPMF (vide matéria abaixo), acredito que Dilma apoiará a volta dessa contribuição, acompanhando a maioria dos governadores progressistas e, em desacordo com os conservadores e retrógados (Edson Paim).

Leia a inusitada matéria:

Skaf: 'Não acredito que Dilma apoiará a CPMF'

08 de novembro de 2010 | 14h 38

DAIENE CARDOSO - Agencia Estado
SÃO PAULO - O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, negou que tenha enviado um alerta à presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), sobre a recriação da CPMF. Durante Convenção da Indústria Paulista, nesta manhã em São Paulo, ao comentar sobre a possível volta da CPMF, Skaf ameaçou "transformar o sonho de alguns em pesadelo".
Skaf disse que ainda não viu nenhuma manifestação de Dilma favorável ao retorno do tributo e sim declarações de governadores e parlamentares favoráveis a essa contribuição. "Não acredito que ela apoiará a CPMF, nem a CSS, nem qualquer tipo de imposto. Isso seria uma contradição com o que ela pregou durante a campanha", afirmou.
Skaf ressaltou que não tem críticas à presidente eleita e que seu recado foi direcionado a todos aqueles que defendem o retorno do tributo. "Ela (Dilma) não merece ter críticas, merece agora é apoio para promover a reforma tributária e assim o faremos", disse. "No momento eu penso que ela não tem esses sonhos não", complementou.
O representante dos empresários paulistas disse que se a ideia de recriar a CPMF prosperar no Congresso, a Fiesp voltará a mobilizar a sociedade contra o projeto, como fez quando os parlamentares derrubaram o imposto. "Vamos reagir fortemente", avisou. No entanto, ele acredita que a discussão não deve ir adiante porque a sociedade se opõe ao retorno da CPMF. "Acho que não vai ser preciso ir longe com essa história porque é absurdo pensar (no tema) num momento em que acabaram de sair das urnas. Todo mundo sabe muito bem que a sociedade diz não a qualquer nova contribuição."
Para Skaf, como todos conhecem o peso da carga tributária brasileira, ninguém assumirá o ônus de apoiar uma medida impopular. "Nenhum político gosta de ter um pesadelo logo no início de seu mandato", considerou.
Embora seja filiado ao PSB, partido do qual governadores eleitos manifestaram apoio à CPMF, Skaf disse que sua atuação vai além do partido. Segundo ele, muitos deles já começaram a mudar de opinião, como o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e o governador eleito do Espírito Santo, Renato Casagrande. "O peso aí não é de um ou outro governador, o peso é da sociedade", avaliou.
Meirelles
Sobre a possibilidade de eventual saída de Henrique Meirelles do Banco Central no governo Dilma, Skaf não prevê sobressaltos. "A cultura do Banco Central não está na cabeça do Henrique Meirelles. O problema do BC do Brasil é que ele só se preocupa com a moeda", disse. "Ou se muda esse conceito do BC e ele passa a ter a responsabilidade de pensar de forma equilibrada com a moeda, com o desenvolvimento, com o emprego, ou tem de haver políticas para priorizar o desenvolvimento do País", completou.
Skaf lembrou que o País já conquistou a estabilidade econômica, mas que agora é preciso buscar o crescimento constante. "O País tem outros desafios. Não dá para ficar falando só em juros altos", afirmou.
Ele negou que o governo Lula entrará para a história por não ter feito as reformas necessárias ao País, principalmente porque o presidente é bem avaliado pela opinião pública. "Ele (Lula) acertou na maioria das coisas e errou em algumas, ou deixou de fazer outras."
O presidente da Fiesp destacou que as reformas são demandas que precisam de décadas para serem instituídas. "Ele vai ficar na memória como um bom presidente, não quer dizer que seja perfeito."

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Lula tenta preparar terreno para o governo Dilma

REUTERS

Por Raymond Colitt



BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentará aproveitar a sua popularidade para impor uma agenda legislativa ousada nos seus dois últimos meses de mandato, facilitando assim o início do governo de Dilma Rousseff.



A vitória da candidata governista no segundo turno, junto com a expressiva bancada parlamentar formada no primeiro turno, estimularam o governo Lula a voltar à ação após a prolongada campanha eleitoral.



O presidente deve usar uma reunião ministerial na quarta-feira para pedir a seus ministros que redobrem seus esforços neste fim de ano. As prioridades de Lula são a reforma no marco regulatório do petróleo e apertos orçamentários, poupando assim a ex-ministra da Casa Civil de adotar medidas impopulares no começo do seu governo.



"Ele quer resolver as questões espinhosas por ela", disse à Reuters um ministro que pediu anonimato.



Lula também tentará tirar várias batatas quentes da mesa a fim de facilitar a transição para o governo Dilma. Isso inclui a compra dos novos caças da FAB, num valor de 4 a 6 bilhões de dólares, e a polêmica decisão de extraditar ou não o ex-militante italiano Cesare Battisti.



O Supremo Tribunal Federal se manifestou favoravelmente à extradição de Battisti, condenado em seu país por um homicídio na década de 1970, mas a decisão final cabe ao presidente da República.



Enquanto o PT é contrário à extradição, argumentando se tratar de um crime político, a oposição afirma que reverter a decisão do STF seria dar guarda a um assassino comum.



Já o caso dos caças é polêmico por causa do valor envolvido e da aparente preferência política de Lula por comprar os aviões da França, e não dos EUA ou Suécia.



PRÉ-SAL



Mas a maior prioridade de Lula é aprovar o marco regulatório do pré-sal, para ampliar o controle governamental sobre as enormes reservas petrolíferas descobertas nos últimos anos.



Lula vê o pré-sal como um atalho para o status de nação desenvolvida. A aprovação do marco regulatório no Congresso completaria um legado que já inclui ter tirado 20 milhões de brasileiros da pobreza durante seus oito anos de mandato.



O governo, que tem maioria no Congresso, espera que, passada a eleição, os parlamentares deixem de lado a controvérsia envolvendo a distribuição dos royalties do pré-sal entre os Estados, o que impediu um acordo em julho.



"Posso garantir que o governo vai lutar, vai se desdobrar para aprovar", disse o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara.



Mas analistas dizem que, se o tempo se esgotar, o marco regulatório do pré-sal provavelmente será aprovado no começo do governo Dilma, que foi uma das autoras do projeto.



O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), também quer votar algumas reformas microeconômicas, inclusive a adoção do cadastro positivo de crédito, que estimulará os bancos a oferecerem juros mais baixos, regras antitruste mais firmes, e desburocratização das compras governamentais.



Mas, como há divergências dentro do próprio PT a respeito de algumas dessas propostas, sua aprovação é menos segura.



Outro desafio será resistir à pressão de parlamentares interessados em inflar os gastos públicos no orçamento de 2011.



"A ideia é que o governo assuma o custo político de um ajuste fiscal, mas não será fácil, porque há muitos congressistas precisando retribuir favores de campanha", disse André César, especialista em assuntos parlamentares da consultoria política CAC em Brasília.



Outro obstáculo a toda a agenda legislativa é que uma possível disputa de poder entre os aliados na coalizão governista paralise o Congresso.



Vários aliados que tiveram bom desempenho nas eleições legislativas agora exigem mais participação no próximo governo.



"Haverá muito barulho por causa da formação do governo, e isso pode desacelerar as coisas," disse César.